Um dia, os imigrantes aglomerados na
amurada da proa chegavam à fedentina quente de um
porto, num silêncio de mato e de febre amarela.
Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham
trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila.
Faziam suas necessidades nos trens dos animais
onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São
Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com
trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que
pretos guiavam através do mato por estradas
esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas
donde acabava de sair o braço escravo. Formavam
militarmente nas madrugadas do terreiro homens e
mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II –
Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991
Levando-se em consideração o texto de Oswald de
Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida
acima, relativos à imigração européia para o Brasil,
é correto afirmar que