Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte
com representações de bandeirantes no acervo do
Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que
homenageava o sertanista que comandara a destruição
do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada
por verba estadual, foi simultânea à emergência de uma
interpretação histórica que apontava o fenômeno do
sertanismo paulista como o elo decisivo entre a trajetória
territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que
se consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto
Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três
primeiras décadas do século XX.
MARINS, P. C. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a
tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, fev. 2007
A prática governamental descrita no texto, com a escolha
dos temas das obras, tinha como propósito a construção
de uma memória que