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Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis; outra,

pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. Como, porém, muitas

vezes, a primeira não é suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao Príncipe torna-se

necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] E uma

sem a outra é a origem da instabilidade. Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem

servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois

este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois,

ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fazem

unicamente de leões não entendem de Estado. Por isso, um príncipe prudente não pode

nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as

causas que o determinaram cessem de existir. Se os homens todos fossem bons, esse

preceito seria mau. Mas, dado que são maus, e que não a observariam a teu respeito,

também não és obrigado a cumpri-la para com eles.

MAQUIAVEL.N. O príncipe. Cap. XVIII. Trad., Lívio Xavier. São Paulo: Folha de são Paulo, 2010 p. 40

Com base no fragmento acima, é CORRETO afirmar que a virtude política, em Maquiavel,

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