No final do século XVIII e no princípio do seguinte, o termo germânico Kultur era utilizado
para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra
francesa Civilization referia-se principalmente às realizações materiais de um povo.
Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês
Culture, que “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui
conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer capacidade ou hábitos
adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade". Com essa definição, Tylor
abrangia em uma só palavra todas as possibilidades de realização, além de marcar
fortemente o aprendizado da cultura em oposição à ideia de aquisição inata, transmitida
por mecanismos biológicos. (...). O homem é o resultado do meio cultural em que foi
socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o
conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam.
A manipulação adequada e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as
invenções. Estas não são, pois, o produto da ação isolada de um gênio, mas o resultado
do esforço de toda uma comunidade. (...)
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um conceito antropológico. 24edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
ed,2009 P.25.45
A distinção e a relação entre determinismo e liberdade ou natureza e cultura deve-se
essencialmente ao fato de