“Entende-se por “preconceito" uma opinião ou um conjunto de opiniões, às vezes até uma
doutrina completa, que é acolhida acrítica e passivamente pela tradição, pelo costume, (...)
e a aceitamos com tanta força que resiste a qualquer refutação racional (...). Por isso, se
diz corretamente que o preconceito pertence à esfera do não racional, ao conjunto das
crenças. (...). O juízo discriminante necessita de um juízo de valor: ou seja, necessita que,
dos dois grupos diversos, um seja considerado bom e o outro mau (...) um superior e
outro inferior (...), sustenta que a primeira forma de agrupamento deve dominar, a
segunda deve obedecer (...). Os preconceitos nascem das cabeças dos homens. Por isso,
é preciso combatê-los na cabeça dos homens, isto é, com o desenvolvimento das
consciências e, portanto, com a educação, mediante luta incessante contra toda forma de
sectarismo."
BOBIO, Norberto. “A natureza do preconceito". In: Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad.
Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002
Com base nesse fragmento sobre a natureza do preconceito, é CORRETO afirmar que