Q312642 - CEPERJ - 2015 - SEEDUC-RJ - Professor - História

Carvalho (1993) destaca a presença constante e notória dos positivistas ortodoxos, como Miguel Lemos e Teixeira Mendes, como ávidos manipuladores do imaginário popular da nascente República do Brasil, estando intensamente envolvidos em todas as batalhas simbólicas pelos símbolos pátrios da República. Ao salientar os diferentes aspectos do pensamento de Comte, em diferentes fases, Carvalho defi ne o viés ideológico dos positivistas ortodoxos brasileiros nos seguintes termos:

a) Baseavam-se, principalmente, nos ensinamentos finais de Comte, salientando aspectos religiosos e ritualísticos que visavam substituir a utopia católica da Idade Média pela utopia leiga da Idade Positiva.
b) Eram defensores da corrente mais próxima a Littré, discípulo de Comte que não aceitava a fase pós-Clotilde de Vaux, e defendiam um positivismo mais científi co do que doutrinário.
c) Propugnavam uma aproximação entre o pensamento científi co de Comte e uma reaproximação com a doutrina religiosa católica, uma revalorização da união dos elementos transcendentes de nossa tradição ibérica com as forças iluministas.
d) Negavam veementemente a virada religiosa de Auguste Comte e eram adeptos de um modelo de pátria mais próxima a valores moderados dos girondinos e discordavam da simpatia de certo positivismo pelo jacobinismo e por Saint-Simon.
e) Baseavam-se em Comte, mas rapidamente evoluíram para teses socialistas e mesmo libertárias, impondo ao positivismo brasileiro um modelo radical de prática política que abriu espaço para o movimento anarquista no Brasil.

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História do Brasil