O internetês na escola
O internetês — expressão grafolinguística criada
na internet pelos adolescentes na última década — foi,
durante algum tempo, um bicho de sete cabeças para
gramáticos e estudiosos da língua. Eles temiam que as
abreviações fonéticas (onde “casa" vira ksa; e “aqui"
vira aki) comprometessem o uso da norma culta do
português para além das fronteiras cibernéticas.
Mas, ao que tudo indica, o temido internetês não
passa de um simpático bichinho de uma cabecinha só.
Ainda que a maioria dos professores e educadores
se preocupe com ele, a ocorrência do internetês
nas provas escolares, vestibulares e em concursos
públicos é insignificante. Essa forma de expressão
parece ainda estar restrita a seu hábitat natural.
Aliás, aí está a questão: saber separar bem a hora
em que podemos escrever de qq jto, da hora em que
não podemos escrever de “qualquer jeito". Mas, e para
um adolescente que fica várias horas “teclando" que
nem louco nos instant messengers e chats da vida, é
fácil virar a “chavinha" no cérebro do internetês para o
português culto? “Essa dificuldade será proporcional ao
contato que o adolescente tenha com textos na forma
culta, como jornais ou obras literárias. Dependendo
deste contato, ele terá mais facilidade para abrir mão
do internetês" — explica Eduardo de Almeida Navarro,
professor livre–docente de língua tupi e literatura
colonial da USP.
Segundo o texto, a interação virtual favoreceu o
surgimento da modalidade linguística conhecida como
internetês. Quanto à influência do internetês no uso da
forma culta da língua, infere–se que