Na Tese 9, Walter Benjamin se refere a um quadro de Paul Klee
intitulado Angelus Novus. Nele está representado um anjo que
crava o seu olhar sobre algo do qual parece estar se afastando.
Olhos arregalados, boca aberta e asas estiradas: para Benjamin,
este é o retrato do anjo da história que, ao olhar para o passado,
no lugar de ver uma cadeia de eventos, enxerga uma única
catástrofe que amontoa escombros e os arremessa aos seus pés.
Frente às ruínas, o anjo tem o intuito de despertar os mortos e
juntar os destroços, mas do paraíso sopra uma tempestade que o
atira em direção ao futuro de maneira inexorável. Para Benjamin
o que chamamos de progresso é essa tempestade e a sua Tese 9
é uma alegoria que associa progresso a catástrofe.
A respeito desta associação nas Teses Sobre o Conceito de
História (1940), analise as afirmativas a seguir.
I. A crítica de Benjamin à concepção progressiva e finalista da
história se baseia na crítica à ideia de uma temporalidade
contínua, homogênea e vazia, à qual contrapõe o conceito de
“tempo do agora”, sem correspondência com a
temporalidade linear das ciências naturais.
II. O sentimento de urgência presente nas Teses resulta do
dilema pessoal que o autor vive em 1940 e também de seu
programa historicista de, com base em instâncias metódicas,
reconstituir objetivamente o patrimônio histórico e cultural
do passado que a guerra e os fascismos estavam destruindo.
III. Ao “anjo da História”, incapaz de mudar o passado e eliminar
a catástrofe da guerra, cabe resgatar a memória de cada
“ruína” da história, vale dizer, de todas as etapas que foram
necessárias para que a humanidade conquistasse a
consciência do progresso como razão e liberdade.
Está correto o que se afirma em:
“As sensibilidades são uma forma do ser no mundo e de estar no mundo, indo da percepção individual à sensibilidade partilhada. A rigor, a preocupação com as sensibilidades da História Cultural trouxe a emergência da subjetividade nas preocupações do historiador. É a partir da experiência histórica pessoal que se resgatam emoções, sentimentos, ideias, temores ou desejos, o que não implica abandonar a perspectiva de que esta tradução sensível da realidade seja historicizada e socializada para os homens de uma determinada época. Os homens aprendem a sentir e a pensar, ou seja, a traduzir o mundo em razões e sentimentos.”
(PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2003)
Com base no trecho, a respeito do imaginário e das representações como experiências sociais, analise as afirmativas a seguir.
I. As sensibilidades são as formas pelas quais indivíduos e grupos apreendem a imagem de si e do mundo, configurando um aspecto da realidade através das emoções e dos sentidos.
II. A História das Sensibilidades estuda as razões e os sentimentos de homens e mulheres de outros tempos, tendo em vista a alteridade da experiência histórica, com sua diferença de códigos e valores.
III. O conhecimento sensível é uma forma de reconhecimento analítico da realidade, que se origina do racional e das construções mentais mais elaboradas, não podendo ser ignorado por ser subjetivo.
Assinale: