Ir para o conteúdo principal
Milhares de questões atuais de concursos.

Questões de Concurso – Aprova Concursos

Milhares de questões com o conteúdo atualizado para você praticar e chegar ao dia da prova preparado!


Exibir questões com:
Não exibir questões:
Minhas questões:
Filtros aplicados:

Dica: Caso encontre poucas questões de uma prova específica, filtre pela banca organizadora do concurso que você deseja prestar.

Folha de respostas:

  • 1
    • a
    • b
    • c
    • d
    • e
  • 2
    • a
    • b
    • c
    • d
    • e

Leia o poema.

SOS

tem gente morrendo de medo

tem gente morrendo de esquistossomose

tem gente morrendo de hepatite meningite sifilite

tem gente morrendo de fome

tem muita gente morrendo por muitas causas

nós que não somos médicos psiquiatras

nem ao menos bons cristãos

nos dedicamos a salvar pessoas

que como nós

sofrem de um mal misterioso: o sufoco

CHACAL, SOS. In: Samira Youssef. Poesia Marginal dos anos 70. São Paulo:Scipione, 1995, p.46

A quem se refere o pronome “nós", referido na segunda estrofe, nos versos 6º e 9º?

Leia o texto.

O GRITO

Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.

Ela sabe.

Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro.

Ele sabe.

Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio.

Sabemos, sim.

Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar este grito com conversas tolas,

elucubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para

procurar uma verdade que se encaixe nos nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade se

impõe, fala mais alto que nós, ela grita.

Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um amor que não serve, que nos rejeita,

um amor que não vai resultar em nada. Costumamos desviar este amor para outro amor, um amor aceitável, fácil,

sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma pessoa e amamos outra, mas

sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.

A verdade grita. Provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de

dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair,

outras a gente aprisiona. Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.

Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não nos trará recompensa emocional.

Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por

serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas

vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto. Até mesmo a

felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual

todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz. E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz,

queria viver!

Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.

Sabe.

Eu não sei por que sou assim.

Sabe.

MEDEIROS, M. Montanha Russa. Porto Alegre: L&PM Editores, 2003

No texto a autora chega a uma conclusão a respeito das “verdades” que as pessoas têm dentro de si. “Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.”. Como se estrutura, do ponto de vista sintático, esse período conclusivo?

© Aprova Concursos - Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1482 - Curitiba, PR - 0800 727 6282