“O Egito já não são apenas os faraós, mas também as muitas e
muitas aldeias, não há apenas continuidade, mas mudança,
mostra-se que ali conviviam povos e culturas variadas: egípcios,
núbios, hícsos, hebreus, gregos, romanos. A Mesopotâmia já não
é apenas o mundo dos déspotas precursores de Saddam Hussein,
mas um local onde a variedade cultural produziu uma infinidade
de reflexões, muitas delas profundamente enraizadas em nossa
própria cultura. Os hebreus já não são apenas precursores do
cristianismo, mas fazem parte de nossa própria maneira de
conceber o mundo. A Antiguidade tampouco inicia-se com a
escrita, mas, cada vez mais, busca-se mostrar como o homem
possui uma História Antiga multimilenar, anterior à escrita em
milhares de anos.”
FUNARI, Pedro Paulo “A renovação da História Antiga” in KARNAL, Leandro (Org.)
História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Contexto, 2015, p. 97)
Nesse trecho, o autor se refere à renovação da História Antiga
nos livros didáticos brasileiros ocorrida nas últimas três décadas.
A respeito das inovações interpretativas que permitiram sua
renovação, analise as afirmativas a seguir.
I. A revisão da concepção oitocentista da dualidade entre
Oriente e Ocidente desconstruiu a visão eurocêntrica da
História Antiga, até então considerada a etapa fundadora da
História Universal.
II. A incorporação de novos temas, como, por exemplo, o das
relações de gênero, ressignificou o estudo da História Antiga
em função da relação entre o mundo contemporâneo em que
vivemos e a experiência social da Antiguidade.
III. A crítica à hegemonia dos documentos escritos e a
incorporação da cultura material, pelo estudo de edifícios,
estátuas, cerâmica e pinturas, possibilitaram o fortalecimento
de uma história política da Antiguidade.
Assinale: