“A existência da inclinação para a agressão, que podemos detectar em nós mesmos e
supor com justiça que ela está presente nos outros, constitui o fator que perturba nossos
relacionamentos com o nosso próximo e força a civilização a um tão elevado dispêndio
[de energia]. Em consequência dessa mútua hostilidade primária dos seres humanos, a
sociedade civilizada se vê permanentemente ameaçada de desintegração. O interesse
pelo trabalho em comum não a manteria unida; as paixões instintivas são mais fortes que
os interesses razoáveis. A civilização tem de utilizar esforços supremos a fim de
estabelecer limites para os instintos agressivos do homem e manter suas manifestações
sob controle por formações psíquicas reativas. Daí, portanto, o emprego de métodos
destinados a incitar as pessoas a identificações e relacionamentos amorosos inibidos em
sua finalidade, daí a restrição à vida sexual e daí, também, o mandamento ideal de amar
ao próximo como a si mesmo, mandamento que é realmente justificado pelo fato de nada
mais ir tão fortemente contra a natureza original do homem.”
FREUD, Sigmund. Mal-estar na civilização. Obras psicológicas completas. Parte V. Edição Standart
brasileira. Rio de Janeiro: Imago editora, 1996
A partir desse trecho, em conformidade com o pensamento psicanalítico de Freud, é
CORRETO afirmar que