“Seja como for, a era moderna continua a operar sob a premissa
de que a vida, e não o mundo, é o bem supremo do homem (…).”
(ARENDT, 1999: 332).
Em “A Condição Humana”, Hannah Arendt discute como o advento
do cristianismo esvaziou a importância que o espaço público tinha
na Antiguidade, ao valorizar a vida e a luta pela sua continuidade,
através do labor e do trabalho, em detrimento do pensamento,
da refl exão e da participação na vida pública. Expressando uma
preocupação presente em outro de seus trabalhos, para a autora,
a consequência para o homem moderno dessa inversão de valores
é a perda: