“A epopeia, a tragédia, assim como a poesia ditirâmbica e a maior parte da aulética e da citarística, todas são, em geral, imitações. Diferem, porém, umas das outras, por três aspectos:
ou porque imitam por meios diversos, ou porque imitam objetos diversos ou porque imitam por modos diversos e não da mesma maneira. Pois tal como há os que imitam muitas
coisas, exprimindo-se com cores e figuras (por arte ou por costume), assim acontece nas sobreditas artes: na verdade, todas elas imitam com o ritmo, a linguagem e a harmonia,
usando estes elementos separada ou conjuntamente. Por exemplo, só de harmonia e ritmo usam a aulética e a citarística e quaisquer outras artes congêneres, como a siríngica;
com o ritmo e sem harmonia, imita a arte dos dançarinos, porque também estes, por ritmos gesticulados, imitam caracteres, afetos e ações.”
(Aristóteles, Poética. São Paulo: Abril Cultural, 1984)
A partir do texto, pode-se concluir que, segundo Aristóteles,
“Aqui, portanto, está a complexidade, o fascínio e a tragédia de toda vida política. A política é composta de dois elementos – utopia e realidade – pertencentes a dois planos diferentes
que jamais se encontram. Não há barreira maior ao pensamento político claro do que o fracasso em distinguir entre ideais, que são utopia, e instituições, que são realidade. O comunista, que lançava o comunismo contra a democracia, pensava normalmente no comunismo como um ideal puro de igualdade e fraternidade, e na democracia como uma instituição que existia na Grã-Bretanha, França ou Estados Unidos, e que apresentava os interesses escusos, as desigualdades e a opressão inerentes a todas as instituições políticas. O democrata, que fazia a mesma comparação, estava de fato comparando um padrão ideal de democracia existente no céu, com o comunismo, como uma instituição existente na
Rússia Soviética, com suas divisões de classes, suas caças aos hereges e seus campos de concentração. A comparação, feita, em ambos os casos, entre um ideal e uma instituição,
é irrelevante e não faz sentido. O ideal, uma vez incorporado numa instituição, deixa de ser um ideal e torna-se a expressão de um interesse egoístico, que deve ser destruído em
nome de um novo ideal. Esta constante interação de forças irreconciliáveis é a substância da política. Toda situação política contém elementos mutuamente incompatíveis de utopia
e realidade, de moral e poder.”
(E. H. Carr, Vinte Anos de Crise: 1919-1939. Uma Introdução ao Estudo das Relações Internacionais. Editora Universidade de Brasília, 2001)
Nesse texto, o historiador, jornalista e teórico das relações internacionais britânico E. H. Carr reflete sobre a complexidade da política. Segundo o texto,
“Nenhuma ética tradicional nos instrui sobre as normas do ‘bem’ e do ‘mal’, às quais se devem submeter as modalidades inteiramente novas do poder e de suas criações possíveis.
O novo continente da práxis coletiva que adentramos com a alta tecnologia ainda constitui, para a teoria ética, uma terra de ninguém.”
(Hans Jonas, O princípio responsabilidade. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006)
Esse texto procura evidenciar que
O século XVIII é conhecido como o Século das Luzes. É o tempo do Iluminismo. Segundo a ética iluminista:
Um dos grandes temas de estudo da Filosofia moral é o da relação entre ética e liberdade. Sobre esse assunto é correto afirmar que:
O cristianismo introduziu novos valores e princípios éticos na vida dos povos. Uma das ideias fundamentais da ética cristã é a de que:
Uma significativa mudança, caracterizada pela crítica ao mecanicismo newtoniano e ao
empirismo de Locke e pela primazia do sentimento sobre a razão, desenrola-se no
período do Romantismo alemão (século XVIII).
Esses traços fundamentais da antropologia romântica já se encontram em um significativo
representante da Ilustração, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), que exerceu grande
influência, revolucionando, desde então, as teorias pedagógicas.
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da educação. 2ed. São Paulo: moderna, 1996 p.112-113
Considerando-se as novas concepções antropológicas que fundamentam as novas
teorias filosóficas e pedagógicas, é CORRETO afirmar que
“Foi nos séculos XVII e XVIII que a moralidade passou a ser entendida em geral como
oferecendo uma solução para os problemas gerados pelo egoísmo e que o conteúdo da
moralidade passou a ser igualado ao do altruísmo, pois foi nesse mesmo período que os
homens passaram a ser vistos como se fossem, num grau perigoso, egoístas por
natureza; e é só quando consideramos a humanidade perigosamente egoísta por
natureza que o altruísmo se torna, de imediato, socialmente necessário, porém
obviamente impossível e, se e quando ocorre, inexplicável. Na tese aristotélica tradicional,
tais problemas não surgem, pois o que a educação em virtudes me ensina é que o meu
bem como homem é o mesmo que o bem dos outros, a quem estou unido na comunidade
humana. A minha busca do meu bem como um homem não é necessariamente
antagônica à sua procura do seu, pois o bem não é meu bem nem seu __ os bens não são
propriedade privada. Consequentemente, a definição aristotélica de amizade, a forma
fundamental de relacionamento humano, tem como fundamento os bens compartilhados.
O egoísmo é, então, para os mundos antigo e medieval, sempre alguém que cometeu um
erro fundamental com relação ao lugar do seu próprio bem, e alguém que, assim, excluiu
a si mesmo dos relacionamentos humanos.
MACINTYRE, Alasdair. Depois da virtude: um estudo em teoria moral. Trad. Jussara Simões. Bauru, SP:
EDUSC. p.383-384
A partir desse texto, confrontando-se as concepções moderna e antiga de moralidade, é
CORRETO afirmar que
No que se refere ao conceito de ideologia, julgue os itens a seguir.
O entendimento de ideologia como falsa representação está associado ao nexo entre a concepção marxista de falsidade ou de falsa consciência e a função social da ideologia.
Juízo de fato e juízo de valor são atitudes que contrastam uma a outra. Em relação ao assunto é correto afirmar que:
No que se refere ao conceito de ideologia, julgue os itens a seguir.
No âmbito da ciência política, o termo ideologia passou a ter conotação mais significativa após os estudos do filósofo Karl Marx.
Leia o texto a seguir:
A diferença fundamental entre as ditaduras modernas e as tiranias do passado está no
uso do terror não como meio de extermínio e amedrontamento dos oponentes, mas como
instrumento corriqueiro para governar as massas perfeitamente obedientes. O terror,
como o conhecemos hoje, ataca sem provocação preliminar, e suas vítimas são inocentes
até mesmo do ponto de vista do perseguidor. Esse foi o caso da Alemanha nazista,
quando a campanha de terror foi dirigida contra os judeus, isto é, contra pessoas cujas
características comuns eram aleatórias e independentes da conduta individual específica.
[...].O estabelecimento de um regime totalitário requer a apresentação do terror como
instrumento necessário para a realização de uma ideologia específica, e essa ideologia
deve obter a adesão de muitos, até mesmo da maioria, antes que o terror possa ser
estabelecido. O que interessa ao historiador é que os judeus, antes de se tornarem as
principais vítimas do terror moderno, constituíam o centro de interesse da ideologia
nazista.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras,
2012, p. 29-30
A partir desse texto, na relação entre ditadura, totalitarismo e autoritarismo, é CORRETO
afirmar que
O sistema teológico chegou à mais alta perfeição de que é susceptível quando substituiu,
pela ação providencial de um ser único, o jogo variado de numerosas divindades
independentes, que primitivamente tinham sido imaginadas. Do mesmo modo, o último
termo do sistema metafísico consiste em conceber, em lugar de diferentes entidades
particulares, uma única grande entidade geral, a natureza, considerada como fonte
exclusiva de todos os fenômenos. Paralelamente, a perfeição do sistema positivo, à qual
este tende sem cessar, apesar de ser muito provável que nunca deva atingi-la, seria
poder representar todos os diversos fenômenos observáveis como casos particulares dum
único fato geral, como a gravitação o exemplifica. (...). Só a filosofia positiva pode ser
considerada a única base sólida da reorganização social, que deve terminar o estado de
crise no qual se encontram, há tanto tempo, as nações mais civilizadas.
COMTE, Augusto. Curso de filosofia Positiva. Primeira lição. Trad. Jose A. Giannotti. São Paulo: Nova cultural, 1991 p.
15.17
A partir do fragmento acima e em conformidade com o positivismo de Augusto Comte, é
CORRETO afirmar que
Ética e moral não são a mesma coisa - suas origens etimológicas já dizem: ética vem do grego ethos e moral do latim mores. Sobre isso é correto afirmar que:
O utilitarismo ético surgiu na Inglaterra do século XIX. Essa corrente está fortemente associada à ideia de que: