O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos
fatores que levaram à abolição da escravatura com as
seguintes palavras: “Cinco ações ou concursos diferentes
cooperaram para o resultado final: 1.º) o espírito daqueles que
criavam a opinião pela idéia, pela palavra, pelo sentimento, e
que a faziam valer por meio do Parlamento, dos meetings
[reuniões públicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpito,
dos tribunais; 2.º) a ação coercitiva dos que se propunham a
destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão,
arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3.º) a ação
complementar dos próprios proprietários, que, à medida que
o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suas
'fábricas'; 4.º) a ação política dos estadistas, representando as
concessões do governo; 5.º) a ação da família imperial."
Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo:
Martin Claret, 2005, p. 144 (com adaptações).
Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da
escravatura foi o resultado de uma luta
Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição
da escravatura no Brasil, assinale a opção correta.
Após a Independência, integramo-nos como
exportadores de produtos primários à divisão internacional do
trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil
especializou-se na produção, com braço escravo importado da
África, de plantas tropicais para a Europa e a América do Norte.
Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo
menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente
agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores
cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros
instrumentos de produção que os mais toscos e baratos.
O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para
fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que
fundamentavam um padrão de vida “civilizado", marca que
distinguia as classes cultas e “naturalmente" dominantes do
povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os
capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura
de serviços urbanos, de energia, transportes e
comunicações.
Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional.
In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século
de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80
Levando-se em consideração as afirmações acima, relativas à
estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência
política (1822), é correto afirmar que o país
Constituição de 1824:
“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador
(…) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais
poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado."
Frei Caneca:
“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote
mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a
representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos
apaniguados do imperador."
(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)
Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era
Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a
fumar; deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam com o seu passo vagaroso, parando
à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavamse
na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros
de água, o rodar monótono dos bondes.
(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)
O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: