Ao analisar a presença significativa de imagens e o fascínio pelo espetáculo
na atualidade, Adauto Novaes afirma que, de maneira apressada e superficial,
era comum vermos associadas as ideias de espetáculo ao reino das imagens, em
particular ao poder da televisão, mesmo depois de Guy Debord ter advertido, no
livro A sociedade do espetáculo, que o espetáculo vai muito além do
show de imagens.
Para Debord, o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação
social entre pessoas, mediada por imagens. Nesse caso, um dos indicativos
dessa sociedade é a vida envolta por uma imensa acumulação de espetáculos,
fazendo com que suas vivências, retiradas do mundo real, ocorram por meio de
um intermediário, no qual o espetacular é vivido em detrimento do real,
tornandose um substituto da experiência.
As abordagens contemporâneas do ensino da arte têm buscado articular o
conhecimento em arte, relativo à produção das linguagens, e sobre arte, ao ler e
contextualizar as produções dos estudantes com as de outras culturas, períodos e
lugares. Nesse caso, um desafio do ensino de artes visuais é abordar
criticamente as visualidades na contemporaneidade. Para isso, faz-se necessário
um ensino de arte capaz de problematizar a cultura e a leitura de imagens, de
analisar a relevância das visualidades na constituição de identidades e
subjetividades, e de promover a compreensão dos significados que podem permear
as relações entre imagem e poder.
NOVAES, A. (Org.) Muito além do espetáculo. São Paulo: SENAC, São Paulo,
2005 (com adaptações).
Considerando as ideias desenvolvidas nos textos acima, redija um texto
dissertativo acerca do seguinte tema:
Ensino de artes visuais: imagem, espetáculo e poder.
Aborde, em seu texto, os seguintes aspectos:
a) papel dos diferentes atores sociais;
b) escolha dos temas a serem trabalhados no ensino de artes visuais.
Beatriz Milhazes é uma artista brasileira que trabalha com formas circulares que
sugerem deslocamentos. Prepara imagens sobre plástico transparente, que são
descoladas, como películas, e, então, aplicadas na tela por decalque.
Os motivos e as cores são transportados para a tela por meio de colagens
sucessivas, realizadas com precisão. A transferência das imagens da superfície
lisa para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada.
Magdalena Atria é uma artista Chilena que trabalha com o conceito de expansão da
pintura. Em seu trabalho, a artista utiliza diversos materiais, por exemplo,
massinhas de modelar, que são enroladas como rocambole e fatiadas para montar
imagens. É possível inferir que as obras das duas artistas se relacionam também
ao artesanato, entretanto, elas subvertem o aspecto artesanal no momento em que
ultrapassam os limites da pintura convencional e criam novos modos do fazer
pictórico.
Considerando a obra das artistas Beatriz Milhazes e Magdalena Atria elabore uma
proposta de ensino-aprendizagem acerca do tema:
As relações entre arte e artesanato.
Desde a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais que a arte é
caracterizada como área de conhecimento e não mais como atividade. A Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996, trata dessa
área de conhecimento com objetivos específicos, valorizando conteúdos que vão
desde as representações regionais a diversidades culturais.No entando, ainda é
comum encontrarmos no ensino das artes visuais currículos praticados a partir
de uma visão da arte como atividade e reprodução mecanizada de
estereótipos.
Considerando as observações acima, redija um texto dissertativo acerca do
seguinte tema:
Currículos praticados no ensino das artes visuais: a responsabilidade do
professor perante as escolhas dos conteúdos a serem desenvolvidos.
Aborde, em seu texto, os seguintes aspectos:
a) arte como área de conhecimento ou como atividade;
b) papel do professor de artes visuais como mediador do conhecimento artístico e
cultural;
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