O Ministério da Educação (MEC) anunciou a reaplicação da Prova Nacional Docente (PND) — também conhecida como CNU dos Professores — em 11 locais de prova após diversos relatos de falhas durante a aplicação do exame. O ministro Camilo Santana confirmou a decisão na última terça-feira (28/10), destacando que uma prova reserva será utilizada, com base na metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), a mesma empregada no Enem.
A nova data ainda não foi divulgada, mas o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) garantiu que não haverá custos adicionais para os candidatos nem para o MEC.
A reaplicação busca garantir isonomia e transparência no processo avaliativo dos futuros professores da rede pública.
A reaplicação foi determinada após graves falhas operacionais durante a aplicação do exame em 11 locais no último domingo (26/10). Relatos de salas superlotadas, falta de carteiras, candidatos fazendo prova em pátios e refeitórios, além de problemas de fiscalização e até filmagens indevidas dos cadernos de prova, levaram o MEC a intervir.
Em São Luís (MA), por exemplo, mais de 60 candidatos não conseguiram realizar o exame no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), devido à ausência de estrutura adequada.
O ministro Camilo Santana destacou que a reaplicação visa preservar a credibilidade do processo seletivo e corrigir os prejuízos enfrentados por milhares de candidatos.
Embora o Inep tenha confirmado 11 locais afetados, a lista oficial ainda não foi divulgada. O levantamento foi feito em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), banca responsável pela aplicação. O órgão também afirmou que está revisando os protocolos de segurança e de organização para evitar novas falhas.
A nova prova será aplicada com instrumentos equivalentes, de forma que todos os participantes sejam avaliados sob as mesmas condições pedagógicas e estatísticas.
A primeira edição da PND — considerada o CNU dos Professores — foi marcada por uma série de críticas e imprevistos. Candidatos relataram provas longas, enunciados confusos, questões repetitivas e estrutura precária nos locais de aplicação.
Os participantes tiveram 6 horas para resolver as questões e redigir uma redação. Muitos avaliaram a experiência como exaustiva e desorganizada, apontando a necessidade de uma revisão completa na logística do exame.
O CNU dos Professores foi criado pelo Ministério da Educação em janeiro de 2025 como uma ferramenta de avaliação das licenciaturas no país e também como critério de seleção de professores para a educação básica pública.
A prova faz parte do programa Mais Professores para o Brasil e tem como base a mesma matriz teórica do Enade, avaliando tanto o desempenho técnico e pedagógico dos participantes quanto sua capacidade de compreender temas sociais e educacionais contemporâneos.
A PND é composta por duas grandes partes:
Formação Geral Docente, comum a todas as licenciaturas;
Componente Específico, voltado à área de atuação do candidato.
A estrutura é a seguinte:
30 questões de múltipla escolha de Formação Geral;
1 questão discursiva, avaliando clareza, coesão, argumentação e domínio da norma culta;
50 questões de múltipla escolha específicas da área de licenciatura.
A duração total é de 5h30, e as provas abrangem 17 áreas, incluindo Biologia, Matemática, Pedagogia, Letras, História, Química, Filosofia, Computação e Educação Física, entre outras.
Os participantes destacaram que, além da desorganização, a prova foi exaustiva e muito extensa. Muitos relataram que a quantidade de leitura exigida prejudicou o desempenho e a concentração, tornando a experiência cansativa.
Por outro lado, especialistas defendem que a proposta da PND é importante para valorizar a docência e criar um padrão nacional de referência para as licenciaturas, desde que as próximas edições sejam melhor estruturadas.
Com a nova aplicação ainda sem data definida, este é o momento ideal para revisar conteúdos e fortalecer a preparação. Mesmo para quem não precisará refazer a prova, o cenário indica que novas edições do CNU dos Professores devem se tornar regulares a partir de 2026 — o que aumenta a importância de estar preparado.
Revisar as competências de Formação Geral Docente e as disciplinas específicas da licenciatura é essencial para sair na frente. Aposte em simulados, questões anteriores e materiais voltados ao formato da banca FGV, que é reconhecida por aplicar provas analíticas e interpretativas.
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