Estudar democracia na América Latina implica falar primeiramente no estudo da transição democrática, que teve início na região ao final da década de 1970. A transição espanhola foi o
protótipo desse processo de democratização defendida por muitos autores, como O’Donnell e Schimitter (1988). O modelo espanhol foi analisado como o melhor exemplo, o caminho mais
adequado para construir um novo regime, orientando-se pela concertação. Nessa direção, em muitos países da América Latina, entre eles o Brasil, pactos foram selados entre líderes dos
regimes autoritário e democrático nascente para que a transição fosse gradual.
(CAMPOS ,Rosana Soares. Democracia procedimental: Apontamentos teóricos e a redemocratização da América Latina. In: Contextualizaciones Latino Americana, Ano 9, número 17, Júlio-dezembro, 2017 p.1-8) .
A história recente de países latino-americanos, como Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, com trajetórias caracterizadas pelas desigualdades sociais e governos autoritários, estabelece para os cientistas sociais em geral o desafio de compreender os processos de redemocratização nesse continente, ocorridos com movimentos específicos, visto que
“O golpe de 11 de setembro e a ascensão de Pinochet têm sido apontados como sendo o início de uma colaboração mais intensa entre grupos de extrema direita e militares na região do Cone Sul. Inclusive, o próprio nome Condor estaria associado à bandeira chilena, já que a ave está presente nesse símbolo nacional."(QUADRAT, 2002, p.171).
Integraram a operação condor os seguintes países que foram governados por ditaduras militares:
O populismo, no Brasil, na Argentina ou no Peru, implicava uma relação ambígua entre os cidadãos e o governo. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como tais, como independentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes que ativa e reivindicadora.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 126 (com adaptações).
A partir das ideias do texto acima, julgue os itens subsequentes, relativos a ditaduras e cidadania na América Latina.
Várias das ditaduras iniciadas na América Latina, nas décadas de 60 e 70 do século passado, foram justificadas como reações antecipadas a ameaças de tomada de poder por parte de líderes ou grupos políticos radicais.