A partir da década de 1990, parte significativa da agricultura brasileira sofreu grandes transformações com a adoção de novas tecnologias de informação, menor intervenção estatal e maior regulação das empresas mundiais de insumos e comércio agrícola. Trata-se da emergência de uma agricultura científica e globalizada.
FEDERICO, S. Agricultura científica globalizada e fronteira agrícola no mundo
moderno. Disponível em: www.confins.revues.org. Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).
No campo brasileiro, as transformações descritas no texto tiveram como efeito o(a)
Em regiões antes consideradas periféricas, a exemplo do Centro-Oeste, sob o impulso da técnica, há condições para atividades com alto nível de capital, tecnologia e organização, dando lugar a fenômenos de descentralização seletiva. Ainda que as atividades de comando tendam a se
manter concentradas, a rede de atividades produtivas mais modernas tende a se expandir territorialmente.
BERNARDES, J. A. As estratégias do capital no complexo da soja. In: CASTRO, I. E.;
GOMES, P. C. C.; CORREA, R. L. (Org.). Brasil: questões atuais da reorganização
do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008 (adaptado).
O processo característico do espaço rural responsável pela forma descrita de ocupação produtiva do Centro-Oeste brasileiro foi o(a)
As estatísticas mais recentes do Brasil rural revelam um paradoxo que interessa a toda sociedade: o emprego de natureza agrícola definha em praticamente todo o país, mas a população residente no campo voltou a crescer; ou pelo menos parou de cair. Esses sinais trocados sugerem que a dinâmica agrícola, embora fundamental, já não determina sozinha os rumos da demografia no campo.
Esse novo cenário é explicado em parte pelo incremento do emprego não agrícola no campo. Ao mesmo tempo, aumentou a massa de desempregados, inativos e aposentados que mantêm residência rural.
SILVA, J. G. Velhos e novos mitos do rural brasileiro. Estudos Avançados, n. 43, dez. 2001.
Sobre o espaço brasileiro, o texto apresenta argumentos
que refletem a
Uma causa para o crescimento, no Brasil, da produção agrícola especificada no texto é o(a)
O conjunto representado pelo agronegócio demanda condições específicas que passam a ser exigidas dos territórios. Como há uma elevação da formação de fluxos, materiais e imateriais, a crescente articulação com as escalas que vão do local ao global terminam por pressionar o Estado a agir visando uma instalação no território de fixos diversos, bem como de uma regulação específica.
LIMA, R. C.; PENNA, N. A. A logística de transportes do agronegócio em Mato Grosso (Brasil). Confins, n. 26, fev. 2016.
O mapa e o texto se complementam indicando que a expansão das rodovias se deu como resposta ao(à)
Somada à produção voltada para o mercado interno está a expansão das culturas deexportação, via de regra financiadas com incentivos fiscais oriundos das políticas territoriais do Estado. Combinando mercado interno e externo, o Estado atuou no sentido de incrementar a produção, principalmente de grãos.
OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S.Geografia do Brasil.
São Paulo: Edusp, 2008 (adaptado).
A atuação do Estado brasileiro na atividade descrita ocasionou mudanças socioespaciaismarcadas pela
A realidade descrita no texto se estabelece sobre qual domínio morfoclimático?
O processo de modernização da agricultura brasileira resultou em profundas modificações nas relações sociais, no mundo do trabalho e da produção. Mas a modernização teve também como consequência, num modelo social perverso como o nosso, a permanência da concentração da terra, o êxodo rural, aumentou o processo de assalariamento para o homem rural, concentrou capitais e gerou um processo de industrialização da agricultura, direcionada para atender às demandas do capital nacional e internacional.
MENEZES NETO, A. J.Educação, sindicalismo e novas tecnologias nos processos sociais agrários. Disponível em:www.senac.br. Acesso em: 10 fev. 2014.
Nesse contexto, o processo apresentado revela contradições no espaço agrário brasileiro decorrentes da expansão da
TEXTO I
De modo geral, para a Região Norte, o fato contundente é a expansão dos padrões motivados pela pecuária. Hoje, as pastagens se estendem como uma frente pecuarista para o interior do Pará, com São Félix do Xingu contabilizando um dos maiores rebanhos do país.
IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
TEXTO II
As várzeas dos rios são os principais espaços de aproveitamento para o cultivo de uma lavoura rudimentar dedicada ao consumo local, com produção de pouca extração e baixo nível tecnológico, induzindo a aquisição monetária à complementaridade através da pesca e da extração vegetal.
IBGE. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
De acordo com os textos, observa-se na Região Norte a coexistência de dois modelos agrários baseados, respectivamente, no(a)
Localizado a 160 km da cidade de Porto Velho (capital do estado de Rondônia), nos limites da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Terra Indígena Karipunas, o povoado de União Bandeirantes surgiu em 2000 a partir de movimentos de camponeses, madeireiros, pecuaristas e grileiros que, à revelia do ordenamento territorial e diante da passividade governamental, demarcaram e invadiram terras na área rural fundando a vila. Atualmente, constitui-se na região de maior produção agrícola e leiteira do município de Porto Velho, fornecendo, inclusive, alimentos para a Hidrelétrica de Jirau.
SILVA, R. G. C. Amazônia globalizada — o exemplo de Rondônia. Confins, n. 23, 2015 (adaptado).
A dinâmica de ocupação territorial descrita foi decorrente da
A rotação de culturas é um método que consiste na alternância de uma cultura de uma leguminosa com uma outra cultura de não leguminosa, por exemplo, a alternância de uma plantação de cana ou milho com uma de amendoim ou feijão, periodicamente. Assim, em uma safra planta-se uma não leguminosa e na entressafra uma leguminosa, deixando os restos das leguminosas nas áreas onde se pretende plantar outra cultura.
REZENDE, M. O. O. et al. Importância da compreensão dos ciclos biogeoquímicos para o desenvolvimento sustentável.
São Carlos: Instituto de Química de São Carlos/USP, 2003 (adaptado).
A forma de manejo exemplificada desenvolve um modo de uso da terra que proporciona a
Que tipo de intervenção do poder público no espaço rural é capaz de reduzir a marginalização produtiva apresentada no texto?
A característica fundamental é que ele não é mais
somente um agricultor ou um pecuarista: ele combina
atividades agropecuárias com outras atividades não
agrícolas dentro ou fora de seu estabelecimento, tanto
nos ramos tradicionais urbano-industriais como nas
novas atividades que vêm se desenvolvendo no meio
rural, como lazer, turismo, conservação da natureza,
moradia e prestação de serviços pessoais.
SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Revista Nova Economia, n. 1, maio 1997 (adaptado).
Essa nova forma de organização social do trabalho é
denominada
Participei de uma entrevista com o músico Renato Teixeira. Certa hora, alguém pediu para listar as diferenças entre a música sertaneja antiga e a atual.
A resposta dele surpreendeu a todos: "Não há diferença alguma. A música caipira sempre foi a mesma. É uma música que espelha a vida do homem no campo, e a
música não mente. O que mudou não foi a música, mas a vida no campo". Faz todo sentido: a música caipira de raiz exalava uma solidão, um certo distanciamento
do país "moderno". Exigir o mesmo de uma música feita hoje, num interior conectado, globalizado e rico como o que temos, é impossível. Para o bem ou para o
mal, a música reflete seu próprio tempo.
BARCINSKI, A. Mudou a música ou mudaram os caipiras? Folha de São Paulo, 4 jun. 2012 (adaptado).
A questão cultural indicada no texto ressalta o seguinte aspecto socioeconômico do atual campo brasileiro:
O bioma Cerrado foi considerado recentemente um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo, segundo uma análise em escala mundial das regiões
biogeográficas sobre áreas globais prioritárias para conservação. O conceito de hotspot foi criado tendo em vista a escassez de recursos direcionados para
conservação, com o objetivo de apresentar os chamados "pontos quentes", ou seja, locais para os quais existe maior necessidade de direcionamento de esforços,
buscando evitar a extinção de muitas espécies que estão altamente ameaçadas por ações antrópicas.
PINTO, P. P.; DINIZ-FILHO, J. A. F. In: ALMEIDA, M. G. (Org.). Tantos cerrados:
múltiplas abordagens sobre a biogeodiversidade e singularidade cultural. Goiânia: Vieira, 2005 (adaptado).
A necessidade desse tipo de ação na área mencionada tem como causa a