Quem são nossos ídolos?
Claudio de Moura Castro
Eu estava na França nos idos dos anos 80. Ligando a televisão, ouvi por
acaso uma entrevista com um jovem piloto de Fórmula 1. Foi-lhe perguntado em
quem se inspirava como piloto iniciante. A resposta foi pronta: Ayrton Senna. O
curioso é que nessa época Senna não havia ganho uma só corrida importante.
Mas bastou ver o piloto brasileiro se preparando para uma corrida: era o primeiro
a chegar no treino, o único a sempre fazer a pista a pé, o que mais trocava ideias
com os mecânicos e o último a ir embora. Em outras palavras, sua dedicação,
tenacidade, atenção aos detalhes eram tão descomunais que, aliadas a seu talento,
teriam de levar ao sucesso.
Por que tal comentário teria hoje alguma importância?
Cada época tem seus ídolos, pois eles são a tradução de anseios, esperanças,
sonhos e identidade cultural daquele momento. Mas, ao mesmo tempo,
reforçam e ajudam a materializar esses modelos de pensar e agir.
Já faz muito tempo, Heleno de Freitas foi um grande ídolo do futebol. Segundo
consta, jactava-se de tomar uma cachacinha antes do jogo, para aumentar
a criatividade. Entrava em campo exibindo seu bigodinho e, após o gol, puxava o
pente e corrigia o penteado. O ídolo era a genialidade pura do futebol-arte.
Mais tarde, Garrincha era a expressão do povo, com sua alegria e ingenuidade.
Era o jogador cujo estilo brotava naturalmente. Era a espontaneidade,
como pessoa e como jogo, e era facilmente amado pelos brasileiros, pois materializava
as virtudes da criação genial.
Para o jogador "cavador", cabia não mais do que um prêmio de consola-
ção. Até que veio Pelé. Genial, sim. Mas disciplinado, dedicado e totalmente
comprometido a usar todas as energias para levar a cabo sua tarefa. E de atleta
completo e brilhante passou a ser um cidadão exemplar.
É bem adiante que vem Ayrton Senna. Tinha talento, sem dúvida. Mas tinha
mais do que isso. Tinha a obsessão da disciplina, do detalhe e da dedicação
total e completa. Era o talento a serviço do método e da premeditação, que são
muito mais críticos nesse desporto.
Há mais do que uma coincidência nessa evolução. Nossa escolha de ídolos
evoluiu porque evoluímos. Nossos ídolos do passado refletiam nossa imaturidade.
Era a época de Macunaíma. Era a apologia da genialidade pura. Só talento,
pois esforço é careta. Admirávamos quem era talentoso por graça de Deus e
desdenhávamos o sucesso originado do esforço. Amadurecemos. Cresceu o
peso da razão nos ídolos. A emoção ingênua recuou. Hoje criamos espaço para
os ídolos cujo êxito é, em grande medida, resultado da dedicação e da disciplina
– como Pelé e Senna.
Mas há o outro lado da equação, vital para nossa juventude. Necessitamos
de modelos que mostrem o caminho do sucesso por via do esforço e da
dedicação. Tais ídolos trazem um ideário mais disciplinado e produtivo.
Nossa educação ainda valoriza o aluno genial, que não estuda – ou que,
paradoxalmente, se sente na obrigação de estudar escondido e jactar-se de não
fazê-lo. O cê-dê-efe é diminuído, menosprezado, é um pobre-diabo que só obtém
bons resultados porque se mata de estudar. A vitória comemorada é a que deriva
da improvisação, do golpe de mestre. E, nos casos mais tristes, até competência
na cola é motivo de orgulho.
Parte do sucesso da educação japonesa e dos Tigres Asiáticos provém
da crença de que todos podem obter bons resultados por via do esforço e da
dedicação. Pelo ideário desses países, pobres e ricos podem ter sucesso, é só
dar duro.
O êxito em nossa educação passa por uma evolução semelhante à que
aconteceu nos desportos – da emoção para a razão. É preciso que o sucesso
escolar passe a ser visto como resultado da disciplina, do paroxismo de dedica-
ção, da premeditação e do método na consecução de objetivos.
A valorização da genialidade em estado puro é o atraso, nos desportos e
na educação. O modelo para nossos estudantes deverá ser Ayrton Senna, o
supremo cê-dê-efe de nosso esporte. Se em seu modelo se inspirarem, vejo
bons augúrios para nossa educação.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/idade/educacao/060601/ponto_de_vista.html. Acesso em: jul. 2016.
A pergunta que inicia o segundo parágrafo: “Por que tal comentário teria hoje
alguma importância?" tem o objetivo de
Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da exclusão
Contardo Calligaris
Há interlocução entre o locutor e os leitores, EXCETO em:
Texto 02
Violência no Brasil
[...]
“A violência doméstica é um crime contra a infância. A violência urbana é um crime contra a adolescência, que atinge principalmente meninos negros”, diferencia Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. “Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los, também, em suas diferenças para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, acrescenta ela.
(Jornal Estado de Minas, 23 out. 2021, p. 9)
Admite-se mais de uma concordância dos verbos destacados em:
A regência verbal está CORRETA em:
Considere o texto abaixo com a palavra “LibreOffice” selecionada em um documento do LibreOffice Writer 7.1.6, versão português:

A alternativa CORRETA que corresponde ao atalho de teclado para aumentar o tamanho da fonte da palavra selecionada é
Os direitos e garantias fundamentais, contidos na Constituição da República de 1988, podem ser reivindicados pelos titulares na ausência de lei que os regulamente?
De acordo com a Constituição Federal de 1988, julgue os itens a seguir, identificando-os com V ou F, conforme sejam verdadeiros ou falsos:
( ) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados, em até 24 horas, ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
( ) Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em terrorismo ou tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
( ) Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
( ) Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
Considerando disciplina constitucional e legal da participação de sociedade de economia mista na constituição de empresa privada que não seja por ela controlada, é CORRETO afirmar:
Acerca das denominadas terras devolutas e seu tratamento no âmbito da Federação Brasileira, é CORRETO afirmar que
Para responder a questão a seguir, considere as transações a seguir, ocorridas em dezembro de 2018 em um ente público municipal:
As seguintes informações foram extraídas do Balanço Orçamentário e do Balanço Financeiro de uma Defensoria Pública referentes ao exercício financeiro de 2016, em reais.

O resultado financeiro da Defensoria Pública referente ao ano de 2016 foi, em reais, de
A tabela a seguir apresenta informações que foram obtidas das demonstrações contábeis da Cia. Líquida e da Cia. Duvidosa publicadas em 31/12/2017:
Com base nessas informações, é correto afirmar que a Cia.
O Estatuto Social da Cia. Societária determina as seguintes destinações obrigatórias do lucro apurado em cada período:
− Reserva Estatutária: 10% do lucro líquido.
− Dividendo Mínimo Obrigatório: 30% do lucro líquido.
A Reserva Legal é constituída de acordo com a Lei nº 6.404/1976, sendo que o limite estabelecido na lei não foi atingido.
No ano de 2017, a Cia. Societária apurou lucro líquido no valor de R$ 150.000,00 e, de acordo com o orçamento de capital aprovado na Assembleia Geral da empresa, esta precisaria reter R$ 100.000,00 do lucro para realizar os investimentos planejados.
Com base nestas informações, o valor retido como Reserva para Expansão e o valor distribuído como Dividendo Mínimo Obrigatório foram, respectivamente, em reais,