O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
O principal motivo que levou os criadores do SPHAN a declararem o tombamento de templos religiosos nas cidades de Mariana, Ouro Preto, São João Del-Rei e Tiradentes foi a importância das festas religiosas de cunho popular tradicionalmente realizadas nessas cidades, além do fato de o Brasil ser um país majoritariamente católico.
Um grupo indígena realiza uma celebração que engloba atividades de canto, dança, grafismo, artesanato e comensalidade. Tal celebração foi prestigiada por segmentos não indígenas da região e o grupo passou a ser convidado para apresentar parte de seus rituais como atração nas comemorações oficiais do município onde vive. Em decorrência disso, a secretaria de cultura do município solicitou ao IPHAN o registro dos ritos desse grupo como patrimônio cultural imaterial brasileiro no Livro das Celebrações.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
No processo de registro e em eventuais medidas de salvaguarda, deve-se estabelecer um diálogo profundo com a perspectiva dos sujeitos mais diretamente envolvidos com a prática do bem cultural em tela, resguardando-se a eles o protagonismo nesses processos.
A partir dos anos 70 do século passado, a questão quilombola foi recolocada no contexto nacional com a "descoberta das comunidades quilombolas", devido, em grande parte, ao movimento negro contemporâneo e ao exercício intelectual de autores como Abdias do Nascimento, Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Joel Rufino e Kabengele Munanga, entre outros. Ao lado disso, é importante mencionar a mobilização política que culminou na publicação do artigo 68 das Disposições Constitucionais Transitórias (Constituição Federal de 1988), que dá aos quilombolas o direito à titulação das terras por eles ocupadas.
Joseane Maia Silva Santos. Comunidades quilombolas, suas lutas, sonhos e utopias. Internet: (com adaptações).
Considerando o tema do texto antecedente e os vários aspectos antropológicos a ele relacionados, julgue o item que se segue.
A antropologia brasileira incorporou o debate acerca das interseções de gênero, raça e classe surgido no âmbito do feminismo negro norte-americano da década de 70, época em que o movimento negro brasileiro começou a redescobrir as comunidades quilombolas.
No que diz respeito à noção de patrimônio cultural, julgue o item a seguir.
Os mais de vinte povos que habitam as terras ao longo do rio Negro possuem saberes específicos sobre o modo de plantar, pescar e aproveitar os recursos da floresta sem prejudicar demasiadamente o ecossistema em cada uma das regiões do Rio. As trocas desses conhecimentos entre esses povos fazem parte do seu sistema agrícola. A política de Estado adotada procurou preservar todo esse sistema de produção de alimentos, mas também de conhecimento a respeito dos alimentos e das práticas necessárias para cultivar, pescar ou extrair da floresta os recursos necessários para a manutenção dos povos do rio Negro. Por isso, o conjunto de saberes e modos de fazer típicos desse sistema foi classificado como patrimônio imaterial digno de registro pelo IPHAN.
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o item subsequente.
Preocupado com a descaracterização das tradições culturais brasileiras, Aloísio Magalhães propôs novas políticas patrimoniais que subsidiassem a indústria nacional na confecção de produtos adequados à realidade do país, ação que ficou conhecida como guinada antropológica na política de patrimônio.
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
O anteprojeto elaborado por Mário de Andrade para o SPHAN foi totalmente incorporado ao projeto final, em razão de seu viés etnográfico, o que garantiu o desdobramento dos ideais da Geração Modernista de 1922 na política patrimonial nacional.
Um grupo indígena realiza uma celebração que engloba atividades de canto, dança, grafismo, artesanato e comensalidade. Tal celebração foi prestigiada por segmentos não indígenas da região e o grupo passou a ser convidado para apresentar parte de seus rituais como atração nas comemorações oficiais do município onde vive. Em decorrência disso, a secretaria de cultura do município solicitou ao IPHAN o registro dos ritos desse grupo como patrimônio cultural imaterial brasileiro no Livro das Celebrações.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Caso a solicitação da secretaria de cultura do município seja atendida, esse órgão será instituído pelo IPHAN como o detentor do bem cultural, dada sua condição de solicitante do registro.
Um grupo indígena realiza uma celebração que engloba atividades de canto, dança, grafismo, artesanato e comensalidade. Tal celebração foi prestigiada por segmentos não indígenas da região e o grupo passou a ser convidado para apresentar parte de seus rituais como atração nas comemorações oficiais do município onde vive. Em decorrência disso, a secretaria de cultura do município solicitou ao IPHAN o registro dos ritos desse grupo como patrimônio cultural imaterial brasileiro no Livro das Celebrações.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A participação do governo municipal no processo de registro de patrimônio imaterial não é obrigatória, mas está em harmonia com o princípio de descentralização dos instrumentos de salvaguarda e gestão do patrimônio cultural imaterial brasileiro.
Julgue o item seguinte, no que se refere ao mito e suas relações com a história.
Embora muitos mitos elaborem explicações sobre a origem do universo, sobre a origem de determinado grupo social e sobre fenômenos históricos relevantes (como os contatos interétnicos), eles não podem ser tomados como fontes para o conhecimento historiográfico, por se distanciarem da realidade empírica.
A partir dos anos 70 do século passado, a questão quilombola foi recolocada no contexto nacional com a "descoberta das comunidades quilombolas", devido, em grande parte, ao movimento negro contemporâneo e ao exercício intelectual de autores como Abdias do Nascimento, Clóvis Moura, Beatriz Nascimento, Lélia Gonzalez, Joel Rufino e Kabengele Munanga, entre outros. Ao lado disso, é importante mencionar a mobilização política que culminou na publicação do artigo 68 das Disposições Constitucionais Transitórias (Constituição Federal de 1988), que dá aos quilombolas o direito à titulação das terras por eles ocupadas.
Joseane Maia Silva Santos. Comunidades quilombolas, suas lutas, sonhos e utopias. Internet: (com adaptações).
Considerando o tema do texto antecedente e os vários aspectos antropológicos a ele relacionados, julgue o item que se segue.
O debate contemporâneo acerca das diferenças e desigualdades sociais converge na articulação entre marcadores sociais da diferença, como gênero, raça, classe e geração.
Etnias que habitam a região dos rios Uaupés e Papuri reconhecem na Cachoeira de Iauaretê, também chamada de Cachoeira da Onça, parte de sua história, uma vez que seus mitos fazem referência a lugares da cachoeira para explicar as origens de cada um de seus povos e as diferenças entre eles.
Considerando as informações precedentes, julgue o próximo item.
Como representação da cultura e da identidade dos citados povos, a Cachoeira de Iauaretê é abrangida no conceito de patrimônio cultural.
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, julgue o item subsequente.
A identidade do sertanejo, caracterizada por uma cultura específica e distinta da degenerada pelo cosmopolitismo, foi projetada, em grandes obras regionalistas da literatura brasileira — por exemplo, Os Sertões, de Euclides da Cunha — como uma possível identidade nacional em formação.
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
O autor do texto em apreço se refere à fase heroica do SPHAN, na qual se fez uma opção clara pelos monumentos de pedra e cal — escolha coadunada com a composição social e profissional dos agentes de patrimônio, em sua maioria, arquitetos e membros da elite.
Um grupo indígena realiza uma celebração que engloba atividades de canto, dança, grafismo, artesanato e comensalidade. Tal celebração foi prestigiada por segmentos não indígenas da região e o grupo passou a ser convidado para apresentar parte de seus rituais como atração nas comemorações oficiais do município onde vive. Em decorrência disso, a secretaria de cultura do município solicitou ao IPHAN o registro dos ritos desse grupo como patrimônio cultural imaterial brasileiro no Livro das Celebrações.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Apesar de ser um lugar com materialidade bem definida, o local de realização dos ritos do grupo indígena mencionado pode ser registrado pelo IPHAN como patrimônio cultural imaterial, em função dos seus significados específicos para a comunidade.
Um grupo indígena realiza uma celebração que engloba atividades de canto, dança, grafismo, artesanato e comensalidade. Tal celebração foi prestigiada por segmentos não indígenas da região e o grupo passou a ser convidado para apresentar parte de seus rituais como atração nas comemorações oficiais do município onde vive. Em decorrência disso, a secretaria de cultura do município solicitou ao IPHAN o registro dos ritos desse grupo como patrimônio cultural imaterial brasileiro no Livro das Celebrações.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
O IPHAN deverá definir e registrar como patrimônio cultural imaterial brasileiro somente a realização do ritual na aldeia indígena, excluindo as apresentações nos festejos municipais, por não corresponderem à forma autêntica da cultura indígena.