“O método da redução sociológica tem uma inspiração eminentemente crítica. Na visão do autor do método, a mudança nas condições materiais que se observava na economia e sociedade brasileiras, na década de 1950, deveria ser acompanhada do abandono da importação da teoria sociológica e da prática de uma assimilação crítica dela, que ele vai chamar de redução sociológica. (...) Esse método é uma das grandes contribuições desse autor para os estudos críticos em administração. Tal método foi resgatado por ele em “A nova ciência das organizações” para demonstrar que a teoria da administração mimetizava a sociologia no que se refere ao fenômeno da hipercorreção, ou seja, a assimilação acrítica de ideias e métodos estrangeiros. (...) como consequência, gerou-se uma utilização inadequada de conceitos, como, por exemplo, a transplantação de ideias da psicologia individual para contextos organizacionais, ao invés da produção de definições apropriadas a partir da psicologia social. (DE PAULA, 2007, p.174-175). O nome do autor a que se refere o texto é:
Sobre as condições históricas do desenvolvimento do pensamento sociológico, assinale a alternativa correta.
O sociólogo Wrigth Mills recorreu à noção de “imaginação sociológica” para definir seu estilo de Sociologia. Assinale a afirmativa correta que identifica a proposta desse autor.
O senso comum foi objeto de inúmeras definições pela Sociologia. As teorias sociológicas contemporâneas, especialmente as de base interacionista, afirmam que o senso comum é
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
A peça Mandu-Çarará, de Heitor Villa-Lobos, foi composta no âmbito do SPHAN e é um exemplo da união entre antropologia sobre populações indígenas e políticas públicas de patrimônio.
“Um dos grandes problemas que se encontram no ensino de Sociologia tem sido a simples transposição de conteúdos e práticas de ensino do nível superior – tal como se dá nos cursos de Ciências Sociais – para o nível médio. Esquecem-se as mediações necessárias ou por ignorância ou por preconceito: por ignorância porque muitos professores de cursos superiores desconhecem metodologias de ensino, estratégias, recursos, etc. que permitiriam um trabalho mais interessante, mais proveitoso, mais criativo e produtivo; ignora-se mesmo que a aula expositiva seja um caso, talvez o mais recorrente, mas não o único, com que se podem trabalhar os conteúdos de ensino; o preconceito deve-se à resistência a preocupações didáticas ou metodológicas no que se refere ao ensino, acreditando-se que basta ter o conhecimento – as informações? – para que se possa ensinar algo a alguém. É necessário, mas não suficiente. Os professores do nível superior prevalecem-se de uma situação peculiar desses cursos: os alunos que ali estão o fazem por escolha e não por obrigação, enquanto os alunos da escola básica ali estão por obrigação e não por escolha – não estão ali para serem sociólogos, historiadores, matemáticos, físicos ou literatos". BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 2006.
Com base nas Orientações curriculares para o ensino médio, avalie as asserções a seguir e a relação entre elas.
I. As dificuldades do ensino de Sociologia começam nas universidades, com cursos desprovidos de estratégias pedagógicas para transposição dos conteúdos ensinados no ensino superior para o ensino médio.
PORQUE
II. Entre outros problemas, os professores universitários não dispõem de formação didática adequada para o ensino em nível médio, além de não desenvolverem estratégias para o ensino de um público não constituído por interesse na matéria.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
“O cidadão era um cara, na época dos meus pais, muito bom de grana. É verdade. O cidadão era o chique, era o rico. Ele era o dono do comércio, o dono de uma firma... O trabalhador não era cidadão não. Isso não existia. O trabalhador era um peão. Peão, peão, peão toda a vida. Meu pai veio para São Paulo como um simples agricultor e morreu como um servente de obra. Mas ele cumpriu suas obrigações, cumpriu todos os seus deveres. E, quando ia a algum lugar e precisava de algum direito, ninguém tratava como cidadão. Eles tratavam como um marginal, como se fosse um lixo. Eu vi isso e vivi isso também. A injustiça me deixava com muita raiva". [morador da periferia de São Paulo, falando sobre seu pai e a cidadania no Brasil entre os anos de 1930 a 1970]. HOLSTON, James. Cidadania insurgente: disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
Considerando a narrativa sobre a cidadania, avalie as seguintes afirmações:
I. A cidadania, no Brasil, é um fenômeno que percorre a formação de uma república democrática e evidencia a dignidade do trabalhador como sujeito de direito.
II. O trabalhador brasileiro nem sempre encontrou reconhecimento social e garantias que retratam a sua dignidade como sujeito de direito.
III. Historicamente, o reconhecimento do trabalhador como cidadão, no Brasil, funciona como meio de demarcar as pessoas que são dignas ou não de ter acesso a direitos.
É correto o que se afirma em
Considerando as discussões a respeito da constituição da sociologia e seu estabelecimento como conhecimento científico, julgue o item a seguir.
A afinidade entre as ciências naturais e o surgimento da sociologia é perceptível na abordagem de Auguste Comte pelo emprego do termo física social.
Tendo o fragmento de texto apresentado anteriormente como referência inicial e considerando as reflexões contemporâneas sobre classes sociais e estilo de vida, julgue o item subsequente.
Na sociologia, a diferenciação social se refere, necessariamente, à estrutura de classes e, portanto, ao conceito de subordinação.
Com base na perspectiva do sociólogo Pierre Bourdieu, que teorizou a respeito das formas de reprodução das desigualdades sociais em ambiente escolar, julgue o item seguinte.
Para o autor, as diferenças de acúmulo de capital econômico são a principal causa das desigualdades sociais.
Considere as frases abaixo. I. O argumento indutivo deve considerar a possibilidade de relativização, sobretudo em questões relacionadas a ética e direitos humanos, cuja generalização pode facilmente recair em problemas de coerência. II. Como formas canônicas de raciocínio, tanto a indução como a dedução são válidas e incontestes, desde que resultantes de premissas aceitas pela maioria, uma vez que todo pensamento parte de uma generalização. III. Ainda que muito usados, processos de raciocínio como a dedução carecem de relevância no contexto ideológico atual, em que até mesmo na redação de uma lei devem prevalecer determinações particulares. Está correto o que consta em
Atente para o que Norbert Elias diz a seguir sobre processo civilizador: “No curso de séculos, o padrão de comportamento humano, na mesma ocasião, muda muito gradualmente em uma direção específica. Vemos pessoas à mesa, seguimo-las quando vão para a cama ou se envolvem em choques hostis. Nestas e em outras atividades elementares, muda lentamente a maneira como o indivíduo comporta-se e sente. Esta mudança ocorre no rumo de uma "civilização" gradual, mas se a experiência histórica toma mais claro o que esta palavra realmente significa. Mostra, por exemplo, o papel fundamental desempenhado nesse processo civilizador por uma mudança muito específica nos sentimentos de vergonha e delicadeza. Muda o padrão do que a sociedade exige e proíbe. Em conjunto com isto, move-se o patamar do desagrado e medo, socialmente instilados. E desponta a questão dos medos sociogênicos como um dos problemas fundamentais do processo civilizador". ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.
Tendo como referência o conceito de processo civilizador de Norbert Elias, analise as seguintes questões:
I. Mudanças no comportamento individual advindas das transformações políticas decorrentes da passagem do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista.
II. Interiorização das proibições que antes eram impostas de fora e que, lentamente, passam a ser inculcadas pelos indivíduos, modificando a estrutura de suas personalidades.
III. Mudanças nos comportamentos dos indivíduos sob a influência da expansão do cristianismo no ocidente e do consequente controle e correção das condutas individuais e coletivas.
IV. Transformação da economia psíquica que fortalece os mecanismos de autocontrole exercidos sobre as pulsões e emoções individuais e que se deslocaram da coerção social para a autocoerção.
É correto somente o que se consta em
“[...] tendo como meta escolas sem violências, é de indiscutível importância identificar medidas para que essas se apresentem como espaços seguros para todos os seus membros. Certamente, é consensual na sociedade que a segurança escolar constitui-se em um valor em si mesma, uma vez que afeta a vida, a integridade física, emocional e psicológica de alunos, professores, funcionários e pais/responsáveis. Ademais, a violência ou a ameaça de violência – em suas diversas modalidades – tem um impacto direto na qualidade da educação, no modo como os professores e estudantes desenvolvem seu trabalho em sala de aula, no ambiente escolar, no rendimento dos alunos e na qualidade de vida de suas famílias"
Considerando o que se afirma no texto acima, é correto dizer que
“Ao lado de problemas que historicamente marcam a educação básica brasileira, como o quadro de marginalidade de grandes contingentes populacionais em relação ao processo educativo, somam-se as dificuldades particulares da situação da Sociologia no Ensino Médio, que decorrem de sua ainda frágil presença disciplinar. A ausência de tradição de trabalho com o ensino da Sociologia nas escolas, o desconhecimento sobre o sentido e a finalidade da disciplina na grade curricular e sua consequente desvalorização, tanto pelas direções das escolas e pelo seu coletivo de professores, como pelos alunos, obstaculizam a criação e a consolidação de espaços de reflexão sociológica que promovam mediações significativas entre os estudantes e o conhecimento científico da vida social".
Considerando o texto acima, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir.
( ) O ensino de Sociologia experimenta dificuldades relacionadas a problemas sociais da sociedade brasileira que interferem no cotidiano de escolas para atendimento das populações pobres.
( ) As escolas têm oferecido as condições necessárias em virtude do alto grau de interesse de estudantes curiosos por saber mais a respeito da disciplina e seus conteúdos.
( ) A criatividade tem sido o principal combustível da Sociologia, no ensino médio, em virtude da preparação do corpo docente em cursos voltados para o ensino e transposição de conteúdos para o ensino médio.
( ) A consolidação da disciplina envolve formação docente e ambiente de trabalho adequado às dinâmicas que a disciplina exige como componente curricular obrigatório para o ensino médio.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:
O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) é um capítulo da história intelectual e institucional da geração modernista, um passo decisivo da intervenção governamental no campo da cultura e o lance acertado de um regime autoritário empenhado em construir uma "identidade nacional" iluminista no trópico dependente.
Sérgio Miceli. SPHAN: refrigério da cultura oficial. In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 357-68 (com adaptações).
Tendo como referências iniciais as informações e o tema do texto anteriormente apresentado, julgue o item subsecutivo.
Os estudos de Pierre Bourdieu sobre estratificação social não contemplam questões de patrimônio cultural, o que o torna datado para se pensar questões de hierarquia na seleção dos bens patrimoniáveis no Brasil.