Sem direito e Poesia
Eis me aqui, iniludível. Incipiente na arte da escrita, desfraldo sentimentos vestindo-os com as palavras que lhes atribuem significado. Às vezes dá vontade ser assim, hermético. Talvez, porque eu sinta
que o mundo não me entende ou porque, talvez, eu não me encaixe harmonicamente no mundo, é que sinto esta liberdade em não me fazer entender. É que, talvez, a vida seja mesmo um mal entendido.
Portanto, despiciendo as opiniões e me faço prolixo. Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem comum. Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave do entendimento. Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-se entender. Mas eu, que do mundo nada entendo, por que razão deveria me fazer entender?
Sinto o decesso aproximar-se, pelo esvair-se do fluido vital, e, sem tempo para o recreio desejado, com os ombros arcados pelos compromissos assumidos, tenho no plenilúnio um desejo imarcescível de que haja vida no satélite natural. Talvez, após o decesso, eu possa lá estabelecer morada e, vivendo em uma sociedade singular, haja o recreio em espírito. Na realidade. Na iniludível realidade, meu recreio é uma sala ampla. Teto alto. Prateleiras rústicas com farta literatura e filosofia. Nenhuma porta ou janela aberta a permitir à passagem do tempo. Uma poltrona aveludada. Frio. Lareira acesa. Vinho tinto seco, Malbec.
O amor? O entregar-se? Não!
Tratar-se-ia apenas de amor próprio. Sem entrega. Apenas eu. Apenas eu e o tempo. Cerrado na sala cerrada. Divagando sobre o nada e refletindo sobre tudo. Imarcescível seria tal momento. Mas a vida. A vida é singular ao tempo, pois que o tempo é eterno, e a criatura humana é botão de rosa, matéria orgânica falível na passagem do eterno. Sigo... Soerguendome...Sobrevivo...
(Fonte: Nelson Olivo Capeleti Junior/ Artigos13/04/2018 - JUS Brasil)
Analise os tempos e modos verbais empregados e assinale a alternativa incorreta.
A respeito desse texto, analise as seguintes afirmativas.
Estão corretas as afirmativas
No primeiro período do texto: “Nos anos 30, Margareth Mead comparou três sociedades primitivas da Nova Guiné, visando observar como as atitudes sociais se relacionavam com as diferenças sexuais.” A forma verbal destacada introduz uma oração com valor semântico de:
A revolução da biotecnologia: questões da sociabilidade
A biologia agora é uma ciência exata. A vida não é um mistério, é só um processo complexo, que está começando a ser totalmente definido.
(Andrew Simpson)
Durante quase todo o século XX a física foi considerada a mais poderosa das ciências. No final desse mesmo século a biologia assume esse caráter. Os recentes avanços da genética molecular no conhecimento da composição, estrutura e funcionamento dos organismos vivos impõem instigantes questões. A firme crença na correlação entre características e genes correspondentes e na capacidade da biotecnologia nos leva a pensar que estamos vivenciando o início de uma revolução que sinaliza que a humanidade não mais necessitará se sujeitar aos fatores de caráter aleatório que marcaram a história. Existe agora a possibilidade de transformar e controlar de acordo com desígnios bem definidos a natureza em seu núcleo elementar. As fronteiras entre a ficção e a realidade científica parecem cada vez mais tênues.
Um intenso debate começa a se projetar na vida cotidiana, para fora das academias, dos gabinetes políticos e das sedes das grandes corporações. No momento quando a terapia genética e a alimentação com vegetais geneticamente modificados já são realidade, cabe perguntar pelos fundamentos lógicos que delimitam os alvos teóricos/práticos, as hipóteses e os resultados das modernas pesquisas genéticas; cabe perguntar sobre os valores éticos e culturais que orientam tais pesquisas e, sobretudo, os impactos objetivos pela difusão da biotecnologia. Embora essas questões permaneçam obscuras, tamanha é a força com a qual a genética molecular se assume no imaginário coletivo, que as ciências sociais recebem o convite, quase um ultimato, para participarem de uma aventura intelectual baseada em premissas biológicas.
VICTORINO, V. I. P. A revolução da biotecnologia: questões da sociabilidade. Tempo soc., São Paulo, v. 12, n. 2, p. 129-145, Nov. 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20702000000200010&lng=en&nrm=iso. Acesso em 24/jan/2020. [Adaptado]
Relacione corretamente as colunas 1 e 2 abaixo:
Coluna 1 Predicação verba
Coluna 2 Frases
( ) Existe agora a possibilidade de transformar e controlar […] (1º parágrafo)
( ) As fronteiras entre a ficção e a realidade científica parecem cada vez mais tênues. (1º parágrafo)
( ) A firme crença […] nos leva a pensar que estamos vivenciando o início de uma revolução. (1º parágrafo)
( ) […] cabe perguntar sobre os valores éticos e culturais. (2º parágrafo)
( ) Embora essas questões permaneçam obscuras […] (2º parágrafo)
( ) […] as ciências sociais recebem o convite, quase um ultimato, para participarem de uma aventura intelectual. (2º parágrafo)
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Considerando o uso dos verbos, complete as lacunas das frases.
1. Nós havíamos a encomenda. (entregar)
2. O piso foi por mim mesmo. (enxugar)
3. Eu muito no verão. (suar)
4. Se tu o fulano, diga a ele que quero lhe falar. (ver)
5. para mim, quero ouvir tua voz. (cantar)
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.
Instrução: A questão, refere-se ao texto abaixo.
No texto, temos o trecho “Há outros termos que passaram batidos”, grafado no presente do indicativo. Assinale a alternativa que apresenta sua correta transposição para o pretérito imperfeito do indicativo.
Assinale a alternativa em que a grafia e uso de homônimos, a pontuação e o emprego de tempos e modos verbais estão corretos:
No texto, os verbos “fugir” e “copiar” estão flexionados na 3ª pessoa do singular do
Em ... "(...) tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.", analisando a concordância, não é adequado afirmar:
Humanoide perde a vez entre robôs
Discretamente, o Google está reformulando seu ambicioso programa de robótica. Lançado em 2013, o projeto incluía duas equipes especializadas em máquinas que pareciam e se moviam como seres humanos. No entanto, pouco sobrou desse projeto. A proposta agora é de usar robôs mais simples, que possam aprender por si mesmos certas habilidades.
“O New York Times” foi o primeiro jornal a conhecer parte da tecnologia na qual a companhia vem trabalhando. Embora as máquinas não sejam tão atraentes visualmente quanto os robôs humanoides, os pesquisadores acreditam que a tecnologia sutilmente mais avançada no interior delas tem mais potencial no mundo real. Os robôs aprendem sozinhos habilidades como organizar um conjunto de objetos não familiares ou locomover-se no meio de obstáculos inesperados.
Muitos acreditam que o aprendizado de máquinas – e não a criação de novos equipamentos extravagantes – será a chave para o desenvolvimento da robótica voltada para manufatura, automação de depósitos de materiais, transporte e outras atividades.
Numa tarde no novo laboratório, um braço robótico pairava sobre uma lata cheia de bolas de pingue-pongue, cubos de madeira, bananas de plástico e outros objetos escolhidos ao acaso. Em meio a essa confusão, o braço robótico pegou com dois dedos uma banana de plástico e, com um suave movimento de punho, jogou-a numa lata menor que estava a vários centímetros de distância. Foi um feito admirável. Na primeira vez que viu os objetos, o braço não sabia como pegar uma única peça. Porém, equipado com uma câmera que “olhava” dentro da lata, o sistema aprendeu depois de 14 horas de tentativa e erro.
O braço mais tarde aprendeu a jogar itens nas latas certas, com 85% de acerto. Quando os pesquisadores tentaram executar a mesma tarefa, a média foi de 80%. Parece uma tarefa muito simples, todavia criar um código de computador para dizer a uma máquina como fazer isso é algo extremamente difícil.
O braço que joga objetos numa lata não é uma máquina desenhada pelos pesquisadores. Fabricado pela Universal Robots, ele é comumente usado em manufatura e outras atividades. O que o Google está fazendo é treiná-lo para que faça coisas que, de outro modo, ele não faria. “O aprendizado está nos ajudando a superar o desafio de construir robôs de baixo custo”, diz Vikash Kumar, supervisor do projeto.
(Cade Metz. The New York Times. Publicado pelo jornal O Estado de São Paulo em 14.04.2019. Tradução de Roberto Muniz. Adaptado)
Considere a frase do segundo parágrafo.
“O New York Times” foi o primeiro jornal a conhecer parte da tecnologia na qual a companhia vem trabalhando.
Em conformidade com a regência padrão da língua portuguesa, o termo destacado pode ser substituído por:
O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase: