À primeira vista, nada pode parecer mais ilimitado do que o pensamento humano, que
não apenas escapa a toda autoridade e a todo poder do homem, mas também nem
sempre é reprimido dentro dos limites da natureza e da realidade. (...). Entretanto, embora
nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, através de um
exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limites muito
reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar,
de transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos
sentidos e pela experiência. (...)
HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Seção II. Da origem das ideias.
Trad. Anoar Aiex. 5 edição. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1992, p.70
Na disputa com Renê Descartes, sobre a possibilidade de ideia inata e universal, é
CORRETO afirmar que David Hume considera que
O ramo da filosofia que trata dos costumes ou dos deveres
do homem para com seus semelhantes e para consigo,
sobre como se deve viver e, portanto, sobre a natureza de
certo e errado, bem e mal, dever e obrigação, faz parte dos
conceitos da:
As relações entre ciência e senso comum sempre foram polêmicas, seja por que buscou se ver na primeira a evolução do segundo, seja por que foram definidos como formas de conhecimento excludentes entre si. Tendo em vista essas correlações, é correto afirmar que o conhecimento científico
No início da História da Filosofia, o enfrentamento que ocorria era entre o conhecimento racional e o
conhecimento mítico, ou seja, enquanto o mundo era mergulhado em explicações míticas, a
preocupação dos primeiros filósofos era com as questões ligadas à natureza e seu surgimento, este
período é denominado de Cosmológico. Sobre os Filósofos deste período é correto afirmar:
I. Tales de Mileto foi o iniciador da filosofia da physis, ao afirmar, pela primeira vez, que existe um único
princípio originário, causa de todas as coisas que são.
II. A água de que Tales tratara em sua filosofia deve ser considerada de uma maneira totalizante, como aquela
physis liquida originária de que tudo se deriva e da qual a água que bebemos não é mais que uma de suas
múltiplas manifestações.
III. Anaximandro se aprofunda na problemática do princípio. Considera que o arkhe consiste na mudança ad
infinitum, quer dizer, em uma natureza (in)finita e (in)definida, da qual provêm absolutamente todas as coisas.
IV. O Uno dos pitagóricos não é par nem ímpar: é um “parímpar", posto que dele procedem todos os números,
tantos os pares quanto os ímpares. O parímpar, somado a um par, engendra um ímpar e, somado a um ímpar,
engendra a um par. Para os pitagóricos, os números pares eram retangulares, enquanto que os números
ímpares eram quadrados.
V. Para os pitagóricos, o número 10 foi considerado como o número perfeito e visualmente se simbolizava
mediante um triângulo equilátero, formado pelos quatro primeiros números e cujos lados consistiam no número
“4". Assim sendo a representação do 10 é igual a 1+2+3+4:
Um modelo de proposta ética, estruturada de um modo mais claro no século passado, sobretudo
com Jeremy Bentham e John Stuart Mill, é a chamada ética empirista/utilitarista. Aponte o que diz
respeito à estrutura deste pensamento.
I. “Parte-se da ideia de que o ser humano é fundamentalmente um indivíduo portador de necessidades que
precisam ser satisfeitas. Neste sentido, ele é um feixe de impulsos, interesses, necessidades, que pressionam
na direção de uma satisfação, cuja realização é subjetivamente recebida como prazer e a não-realização como
dor”.
II. “A experiência ética fundante é a convicção da humanidade de que a ação verdadeiramente reta é aquela
onde se busca não só a felicidade do indivíduo, mas a de todos. A moral, então, é a arte de orientar as ações
dos homens de tal modo que se possa conseguir a maior soma de felicidade”.
III. “A natureza colocou o gênero humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer.
Somente a eles compete apontar o que devemos fazer, bem como determinar o que na realidade faremos. Ao
trono desses dois senhores está vinculada, por uma parte, a norma que distingue o que é reto do que é errado”.
IV. “Afirmar-se-á que uma determinada ação está em conformidade com o princípio de utilidade, ou, para ser
mais breve, à utilidade, quando a tendência que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer
tendência que tenha a diminui-la”.
V. “Uma ação moralmente correta seria aquela que cause o máximo de prazer, ao maior número de pessoas,
pela maior intensidade e duração de tempo; ou que cause o mínimo de dor, ao menor número de pessoas, pela
menor intensidade e duração de tempo”.
“A postura dialética, ou do idealismo objetivo na terminologia de Dilthey, quer entender-se, em
primeiro lugar, como uma radicalização do pensamento transcendental na medida em que defende
uma recuperação da razão que não seja apenas razão subjetiva, mas também objetiva. (...) Aliás,
acredita ser a única posição capaz de dar uma resposta a uma pergunta simples, mas fundamental,
feita por qualquer um que reflete: como é possível que o pensamento apriórico, ou seja, o
pensamento que opera sem relação ao mundo exterior possa captar a realidade.” O modelo ético do
chamado Idealismo objetivo se apresenta como uma síntese entre o modelo ético realista e o
modelo pragmático-transcendental. Exiba o que é falso dizer sobre este modelo ético ao qual
pertence o filósofo Vittorio Hösle.
I.A tese fundamental do idealismo objetivo é que a razão não constitui uma esfera de ser ao lado de outras, mas
é a essência de todas as coisas, enquanto fundamento último de todos os seres.
II. O Idealismo objetivo entende a razão como identidade da subjetividade e da objetividade e isto significa
dizer que ela é não só o fundamento de todo ser, mas também de toda pretensão de validade, de todas as
normas e de todos os valores, de tal modo que o normativo e o ideal transcendem todo o fático.
III. As ações éticas devem poder realizar-se na formalidade. Se os dois mundos são completamente
disparatados, não há uma saída pensável. O ser fundamenta o dever-ser, e o dever-ser o ser, pois ambos, ser
e dever-ser não são principiados de uma esfera ideal, normativa.
IV. Para Hegel, o Idealismo Objetivo considera a realidade imediata como o real e o verdadeiro e enquanto tal
destrói propriamente a especificidade da atividade filosófica que consiste em perguntar pelo que em si e para
si é o verdadeiro, reduzindo, assim, a filosofia a uma descrição de como o pensamento acolhe o dado. Elimina,
assim, o horizonte específico da filosofia que é o horizonte da validade.
V. Para Hösle, só o idealismo é capaz de nos dar critérios materiais(não apenas formais ou procedurísticos,
como, por exemplo, fornece a ética do discurso) para poder distinguir um consenso racional de um consenso
irracional, pois aqui se pode pensar uma hierarquia de bens e valores, uma vez que bens e valores são
portadores de racionalidade, de tal modo que a hierarquia de valores é a priori e, portanto, não depende de um
consenso fático.
No pensamento político de Thomas Hobbes e de Jean-Jacques Rousseau, a propriedade privada não é
um direito natural, e sim um direito civil, pois assegura por meio das leis a posse e a legitima. Por sua vez,
o filósofo inglês John Locke parte da definição do direito natural como direito à vida, à liberdade e aos bens
necessários para a conservação de ambas. Analise as proposições abaixo.
I. Para Hobbes, o Leviatã ou o soberano pode ser um rei, um grupo de aristocratas ou uma assembleia
democrática. Em verdade, o decisivo não é o número dos governantes nem a forma do regime político, mas a
determinação de quem possui a soberania.
II. Para Rousseau, o regime que melhor realizaria as finalidades do contrato social é a democracia participativa
ou direta. Ao contrário, para Hobbes, como a soberania pertence àquele a quem o direito natural foi transferido
para que assegure paz e segurança, o regime político que lhe parece mais capaz de realizar essa finalidade é
a monarquia.
III. A teoria liberal admite que os proprietários privados sejam capazes de estabelecer as regras e as normas da
vida econômica ou do mercado e que o fazem agindo numa esfera que não é estatal, e sim social. Nesse
sentido, o Estado não tem a função de arbitrar, por meio das leis e da força, os conflitos da sociedade civil.
IV. Existe, segundo Locke, uma lei de natureza que é a razão mesma na medida em que tem por objeto as
relações entre os homens e prescreve a reciprocidade perfeita de tais relações. Esta lei de natureza vale para
todos os homens enquanto homens (sejam ou não cidadãos).
V. O estado de natureza é, necessariamente, tanto para Hobbes como para Locke, um estado de guerra.
Considerando “toda prova de Filosofia é fácil” uma proposição verdadeira, é correto inferir que:
Para haver Conhecimento, é preciso que haja uma relação intencional estabelecida entre dois elementos: a) o sujeito que quer conhecer e b) o objeto a ser conhecido. Entendese, no âmbito da Filosofia, que haja dois tipos de pensamento, o concreto e o abstrato. Desse modo, assinale a alternativa cujos pares de palavras se referem a pensamento abstrato.
Dada a complexidade que o entendimento humano vem alcançando com o acréscimo de informações acumuladas ao longo dos séculos, a Hermenêutica moderna é cada vez mais fundamental nos âmbitos filosófico, jurídico e bíblico, mas sua significação e entendimento são muito confundidos. Em termos simples, assinale a alternativa que apresenta a melhor definição moderna para Hermenêutica.
Considera-se, historicamente, que a Democracia tenha
nascido na Grécia, no século VI a.C., quando Clístenes
assumiu, em 507 a.C., o governo de Atenas e realizou um
amplo programa de reformas políticas. Conforme sua
proposta de governo, todos os homens livres passaram a
ter direito de participar das questões políticas e até
mesmo de exercer certas funções públicas. Surgiu aí o
cidadão portador de direitos e deveres para com sua
pátria. Este sistema político concedeu aos gregos, em
relação aos demais povos orientais, o benefício da
liberdade política. Enquanto os homens orientais eram
obrigados a uma obediência cega aos poderes religioso e
político, os gregos, graças a esse sistema de governo que
propiciou a criação de institutos políticos livres, gozava de
uma situação privilegiada e permitia-se desenvolver
livremente seu pensamento. Baseado nessas
prerrogativas e contexto, analise as assertivas abaixo.
I. Na democracia como sistema de governo, a
legalidade se expressa pelo reconhecimento da
igualdade de direitos para todos.
II. Dado que o cidadão passa a ser portador de direitos
e deveres para com sua pátria, as funções de maior
responsabilidade administrativa pública também são
passíveis de serem exercidas por delegação da
maioria dos cidadãos, sejam delegações diretas ou
indiretas.
III. Pode-se afirmar que, com a evolução da prática
democrática, a desindividualização do poder
(quando o poder não se baseia em um único
indivíduo) tornou-se uma das principais
características da democracia.
IV. A Filosofia, como uma espécie de ciência que tem
por objeto de estudo a totalidade das coisas usando
um método racional, nasceu naquele ambiente
propício de liberdade individual permitido pela nova
forma de governo proposta por Clístenes.
É correto o que se afirma em
A partir do texto de Sérgio Gomes, assinale a alternativa que não pode ser considerada pertinente ao conceito de solidariedade proposto por Richard Rorty.
Michel Aires de Souza escreveu que “A Filosofia de Nietzsche é uma Filosofia dos afetos, das paixões e desejos, que contempla o individualismo, a força, a abundância e os instintos de vida. Para ele, filosofar não era uma atitude teórica e contemplativa, mas uma atitude prática que se enraíza na vida, um ato de libertação de toda subjugação, de toda moral, de toda deformação e de tudo aquilo que prende as pessoas a religiões, grupos e ideologias. Em ‘Crepúsculo dos Ídolos’, Nietzsche afirma que o homem livre é um guerreiro” e, em seguida, se pergunta: “Pois o que é a liberdade?”. Com base nisso, assinale a alternativa que não responde a esta questão e foge do espírito de liberdade proposto por Nietzsche.
A Economia Solidária aponta para uma nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de renda mediante um crescimento econômico com proteção dos ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça. Ela implica a reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica. Sendo assim, assinale a alternativa que apresenta uma característica que não pode ser atribuída à Economia Solidária de acordo com a Declaração de Cochabamba e de outros manifestos discutidos no Fórum Social Mundial.
Analise os fragmentos a seguir.
Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situações (……). [Achamos] óbvio que todos os seres humanos seguem regras e normas de conduta, possuem valores morais, religiosos, políticos, artísticos (…).
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1999, p. 9, 111) O que se costuma solicitar à Filosofia é que ilumine o sentido teórico e prático daquilo que pensamos e fazemos, (…) que nos diga alguma coisa sobre nós mesmos, que nos ajude a compreender como, por que, para quem, por quem, contra quem ou contra o que as ideias e e os valores forram elaborados e o que fazer deles.
(CHAUÍ, Marilena. A Reforma do ensino. Refazendo a Memória. 1987, p. 1559. httpp://www.fflch.usp.bbr/df/site/publicacoes/discurso/pdf/D008_A_reforma_do__e nsin no.pdf)
Com base nos fragmentos acima, assinale a alternativa que distingue corretamente o “ filosofar” espontâneo, próprio do senso comum, do “ filosofar” propriamente dito.